sábado, 23 de agosto de 2008

samambaias secas

O telefone tocou, mais uma vez ela apenas posicionou a mão no gancho, levantando e descendo de volta. Entreabriu os olhos e viu a hora no rádio relógio que estava na cabeceira. "Já?" Agora entendia os toques insistentes do telefone. Pulou da cama, deixando-a como estava, contribuindo para com o bagunçado quarto; não conseguia separar um tempo para arrumar a casa. Dizia não ter tempo, mas tinha, não conseguia era se organizar para tal, era uma força esquisita que a impedia de organizar aquele caos. Colocou a roupa que separara na véspera, calçou as sapatilhas, pegou a bolsa e partiu para a rua. Parece que quando se acorda mais tarde o sol bate mais quente. Pingava, suava de calor. Seu ônibus não passava, resolveu ir a pé, atrasaria mais uns quinze minutos. Assim que pisou no prédio da empresa, lembrou: "mais um dia sem regar as samambais..." Prometeu fazer isso assim que chegasse em casa, mas não fará, não cumprirá novamente essa promessa diária.

.continua.

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raso

qual atalho, uma curva pro caminho do sossego - mas no fundo é raso; água bate no joelho nada - não é nada nunca foi tão fácil contud...