sexta-feira, 22 de agosto de 2008

daqui a pouco, o temporal

Muita gente fala na televisão, principalmente neste período. Eu desligo ou finjo que não escuto, e pronto. Para qualquer lugar que olho carrego um mundo. Mudo o foco e passo a ter mais felicidade, mas também bastante tristeza. Não há um compromisso claro, por isso sai tudo assim, meio desconectado. Estava como que completamente entregue a vida de dentro, por fora tudo passava. Era necessário andar. Quando dei por mim estava no banheiro, a janela redonda dividida em raios e entre os raios um vidro transparente (mas estavam sujos, uma poeira comum a cidades pequenas, marrom). Toquei levemente, abriu, pude sentir uma brisa com cheiro de chuva, arregalei meus olhos, percebi que uma nuvem imensa e cinza se aproximava. Corri para a cama, esquecendo a janela aberta. Ele estava chegando; ele chegando é pingo, respingo de choro. Estava um dia claro e quente, sua luz aos poucos transitou para um tom mais frio e quente, tudo adquiriu uma cor meio que esverdeada. Explico: via-se tudo normalmente, mas as sombras estavam meio que esverdeadas. De costas para o teto, a cabeça levemente inclinada para o lado, as cortinas já dançavam conforme a trilha da ventania que se pronunciava. Abriu os olhos.

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raso

qual atalho, uma curva pro caminho do sossego - mas no fundo é raso; água bate no joelho nada - não é nada nunca foi tão fácil contud...