terça-feira, 17 de maio de 2011

mea noite; sobre a mesa o copo jaz.
através de uma fresta da janela,
a brisa acaricia e atenua
o silêncio e a solidão do rapaz.

longe a madrugada cerca e arrasta
em alto-mar as plêiades e a lua;
feito uma colcha que se abre furada -
imensa! contra luz, por cima da abra.

um copo de café e nada mais,
é tudo que se tem e que se basta
pra sustentar o tempo sobre o cais -
vigília noturna que a vista gasta.

Um comentário:

o choro da formiga disse...

As imagens bem colocadas, servidas na bandeja prateada que é o reflexo da lua no mar.

Essa mea-noite faz querer a outra metade. E noites a fundo. Afundo no teu mar, que é de Francisco, que é de vigilância das belas sensações que a natureza esbanja.

Um passeio por sua unicidade, sua estrutura bem armada.

Um início que parte da janela, alcança as plêiades e retorna a um vapor de café.

raso

qual atalho, uma curva pro caminho do sossego - mas no fundo é raso; água bate no joelho nada - não é nada nunca foi tão fácil contud...