as gavetas todas vazias,
nenhuma partícula de pó
como se não tivesse sido feita
ainda é árvore, a madeira.
sem segurança pra guardar o segredo,
qualquer guarda pro que se vele.
o sussurro silencioso dentro do ouvido
nada diz e cala.
mesmo pronta a palavra não fala;
a língua almeja lapidá-la:
protege-se rabiscando o papel –
o mistério da letra é carretel
na dobra da fazenda costurada
a idéia que tenta, então revelada.
Um comentário:
essa Yara é uma danada.
Antevê o mistério ainda não surgido e, antes que se instale o silêncio, premedita palavras que vai desvelando, como uma costureira a bordar.
Postar um comentário