Mamãe trancou-me aqui neste lugar. Disse a ela que por mim não haveria problema, nem remorsos, nem nada; que até preferia assim.
Pelo vidro quebrado da janela basculante observo equilibrando-me na ponta dos dedos dos pés as pessoas que passam pela margem do canal. Quando encontram os meus olhos sobressaltados, gritam apontando: a moça da boca de sapo! Quase sempre pego o primeiro desdentado próximo e arremesso contra a cara do inquisidor.
Já está tudo calmo hoje por aqui, porém ontem, alguns bufonideos no intuito de fugir da confusão da banheira, resolveram se alojar no assoalho do banheiro. Eram tantos, tantos brigando por um pedaço de infiltração que simplesmente fizeram tudo desabar, quebrando até o cano do chuveiro, foi um aguaceiro só. Eu e todos os outros ficamos cobertos de areola, teia de aranha e o chão inundado. Minha alergia atacou, expeli uns 20000 girinos enquanto espirrava. Tratei de dar um jeito na bagunça, arranquei uma mecha do meu cabelo e tapei o jorro d’água.
(continua)
Obs.: num futuro os fragmentos serão reorganizados (alguns até reelaborados) numa única postagem. Por enquanto vai saindo tudo assim, solto.
2 comentários:
Pois é, e agente que tem que ficar louco...mas vale a pena. beijo
a gente
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