domingo, 10 de agosto de 2008

7 (...exercício mentais...)

Ele estava lá e eu aqui fingindo que não sei. Sentado no muro e acompanhado, comendo as pétalas da rosa rosa, uma por uma e falando coisas que não compreendi pois me encontrava longe demais. Apenas vi, ele estava lá e não estava só. Terra, meus pés. Meus pés, terra. Arrastarei meus pés pela terra criando assim um sentido, um forma de saber voltar. Vou até lá. Tenho medo, pode nada está ocorrendo e eu aqui confabulando possibilidades, criando histórinhas da carochinha. Tenho que confiar, arrastarei meus pés para trás, vir e ir, saber que posso voltar se de repente me sentir insegura. Só. Tudo sem nexo. Quero ele. Quero rimar. Mas não, não chora por mim e nem talvez pense em mim, tem essa outra aí, essa pessoa. Volta! Tá. Volto devagar, de costas para o ir e de frente para o tchau. Minha vontade é de levantar as mãos e mostrar: cá estou! Apenas sigo de volta para meu início de caminhar, as mãos só na vontade. Tchau, penso e falo baixinho, penso alto. Meus pés arrastando pela terra que agora já está molhada, acho que choveu, nenhuma gota caiu sobre o meu corpo. Nada. Lama. Membros inferiores sujos. Derramo tudo o que sou e me sujo completamente, desesperadamente, e volto correndo me jogando em seus braços. Vi o que não deveria ou poderia ser visto. Grito. Grito. Por que?

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raso

qual atalho, uma curva pro caminho do sossego - mas no fundo é raso; água bate no joelho nada - não é nada nunca foi tão fácil contud...