terça-feira, 17 de julho de 2007

Pronto.


Pronto, falei. Já disse tudo que disse. Eu que, diferente de você, não sou de me dar a falar.
Falei tudo que falei, com certeza muita coisa faltou ser dito, mas agora neste momento não me vem nada à cabeça além de falar que não quero nem mais pensar neste assunto. Por favor. Por favor.

Não pensei em nada diferente que pudesse contradizer o que venho dizendo até aqui e se em algum momento explicitei algo contrário, era porque exatamente desejava assim. Claro.

Tua mão. O que tem tua mão? Tua mão. Fechada que nem concha. Não abre. Jogar água fervida. Não? Vai queimar. Sei. Então abra! Nada, imaginava.

Muita coisa mudou depois que você se foi. Talvez até tudo tenha mudado. No mínimo alguns móveis mudaram de lugar e os livros aumentaram, quase escondem as janelas, digo, a janela, na sala tem apenas uma janela, digo, um janelão, que na verdade fica na varanda mas a varanda tem uma porta de ferro, daquela toda ornamentada, com voltinhas, deveríamos na época ter coloca o vidro mas até hoje não fiz isso. O banheiro continua com o mesmo vidro da esquadria quebrado e com uma toalha tapando a visão do vizinho, acho que dá para janela do vizinho, é uma janela, isso é fato, pode ser do corredor, até hoje não sei, você dizia que era do vizinho, para você ver, a sua voz continua a mesma me falando que nosso banheiro dá para a janela do vizinho.

(R.R.)

Um comentário:

Unknown disse...

ás vezes me parece que o falar é como um banho de sal grosso. as coisas mudam e as palavras não acompanham o ritmo, é tanta coisa ensaida, tanta coisa escrita, tanto nó que permanece... acredito que são poucos os merecedores das palavras, seja no ouvir ou no falar, por isso ando gritando no vácuo. cada vez mais comigo.

que bom que gostou dos escritos. são seus, meus, nossos.

um beijo

raso

qual atalho, uma curva pro caminho do sossego - mas no fundo é raso; água bate no joelho nada - não é nada nunca foi tão fácil contud...