quarta-feira, 1 de setembro de 2010

em delírio - I

Eu. Eu. Eu. Ecoa. Esse eu ecoa. Tenho que chegar mais perto da parede. Essa imagem daqui de dentro: feijão bem temperado na frente da televisão, a casa velha, meu irmão se preparando para a escola. Eu vôo, é como se já tivesse experimentado essa possibilidade - é tão real! Ontem acordei pensando nisso e parece que de repente essa confusão ficou entendida, sonho. Não sei se foi ontem ou se foi hoje: uma igreja grande, uma catedral e aquele cheiro e silêncio de parede. Eu fiz alguma graça com a voz, um vocalize talvez, e ecoou. Entrei numa sala, uma capela e já não lembro mais. Hoje de manhã enquanto vinha para cá, deixei-me na poltrona do ônibus, ar seco, um calor não tão quente e o trânsito, o trânsito e pensei: isso daqui também é um pouco de mim, essa cidade, esse fracasso, esse fracasso de cidade.


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raso

qual atalho, uma curva pro caminho do sossego - mas no fundo é raso; água bate no joelho nada - não é nada nunca foi tão fácil contud...