domingo, 22 de março de 2009

início de outono

tentou guardar o sentimento debaixo da cama. à noite, a caixa de sapatos já esteva destampada sobre a colcha preparada para dormir e os olhos dela lacrimejando. há bons sentimentos e bons sentimos não bons. quando se deseja é melhor sentir do que nem conseguir sofrer por nada sentir. há risadas. há lágrimas. há sorrisos molhados e há pálpebras molhadas de dor. a canção repetiu durante horas, durante todo o fim de tarde. era simples, poderia apertar o stop. pronto, fim. não. deixou, acionou o repeat e deixou. estava sendo bom colocar para fora esse turbilhão, o não saber explicar. era uma dor que doía, mas que era necessária por algum motivo. não era autoflagelo, havia uma felicidade, uma saudade feliz nessa tristeza.



5 comentários:

Adriana Godoy disse...

Seu texto poético parece mesmo o início de outono. Bonito e indefinido. Bj

Anônimo disse...

dor pode ser coisa boa, pode ser um tipo de morte, nossa e da saudade daquilo que nos feriu.

carolina disse...

Eu tenho medo do que passou! Do que ficou! Perfeito texto, outono é assim, confuso..

Rosana Tibúrcio disse...

"colocar para fora esse turbilhão"... bom!!

Eu tenho uma certa nostalgia quando começa um novo tempo...nunca entendi muito bem isso. Depois de iniciada nova estação as coisas se ajeitam...

Joana Rabelo disse...

Lindo.

raso

qual atalho, uma curva pro caminho do sossego - mas no fundo é raso; água bate no joelho nada - não é nada nunca foi tão fácil contud...