Para ir ou subir ou chegar ou estar ou dormir

Cortar. Cortar. Cortar. Cortar. Aparar as arestas da emoção. Limpei a plantinha que não dá flor e que tem folhas duras. O tempo virou em Copacabana, bateu um sudoeste daqueles; chuva. Vou usar as folhas duras como degraus, subir para a superfície e sair do buraco. No 455, vindo pra cá, via Aterro, a ventania dobrou pelas janelas, deixando meus cabelos ao léu. Lua, Lua, Lua, Lua que se esconde estre as nuvens. Muita poeira nesse verde; depois de passar a escovinha fica de verde escuro para um tom mais claro e brilhante. Desci no portão 18 do Maracanã e saí correndo para casa, o estômago revirava. E vem o cheirinho contra olho grande e inveja. Tento falar com eles, mas nunca consigo ser tão direto. Dormir cedo para acordar cedo. Derreter o chocolate, dizem que sacia o apetite sexual... hum... Hoje apenas sonharei com estrelas e as antigas cantoras da Rádio Nacional cantando. "Kalu, Kalu..." Ai que vontade! Quem me dera poder começar tudo de novo, impossível quando já está tudo digitado e formatado. Ainda descobrirei o segredo da Coca-Cola. Essa pequena nunca chegará a ser árvore, nunca! E daqui de cima eu olho os moços passando, sorrio para os mais bonitos e aceno para os desprovidos daquela força misteriosa. Aceito. Quando pequeno trepava no muro, descascava o tijolo e jogava na calçada... Minha mãe não pode ler isso. Não vai chover, o vento parou de ventar e começo a sentir um calor de amanhã. Dormirei sonhando com anjos maduros louros, morenos, negros e ruivos. Das coisas que são e que não são dentro de um vagão de trem. Beijo a planta e acordo.